Saturday, November 12, 2005

Uma história de embalar trolls

Era uma vez uma aldeia. As pessoas que a habitavam eram simples. Todos gostavam de alguém e todos tinham um vizinho de quem gostavam menos porque um certo dia pisara as flores vermelhas que tanto trabalho tinham dado a crescer. As noites eram repletas de folia, abriam-se barris do melhor vinho e comia-se o melhor dos queijos. O verde resplandescia nos jardins que ocupavam toda a aldeia, os pássaros cantavam alegremente e todos viviam felizes. Até um dia.
Um dia, os trolls chegaram. E com eles trouxeram a mais louca das carnificinas, degolando todos aqueles pacatos seres de forma impiedosa, não deixando qualquer membro por decepar, nem mesmo os membros escondidos. Tudo era cortado, tudo era depois empilhado numa fogueira feita de todas as florzinhas que aquela pobre gente tinha criado. Os instrumentos musicais, os barris e as mesas que antes decoravam a taberna onde decorriam as festas eram agora usados como pira funerária e como armas de arremesso para partir os membros aos animais que outrora tinham sido o alimento daquelas gentes. Com as cabeças dos aldeões, os trolls fizeram amuletos que passaram a usar ao pescoço, escorrendo nos primeiros tempos o sangue que ainda nelas perdurava. Aos animais que em louca agonia choravam os seus membros partidos, era destinado o castigo mais severo: esticados entre as casas, eram lentamente comidos vivos pelos trolls, esganados de fome e de loucura. Mais um dia passara na pacata aldeia, onde, como em todos os dias, alguém sorrira mais que os outros devido à colheita realizada.

1 Comments:

At 12:53 PM, Blogger Akuma Kanji said...

Eu, como adepta da não-violência, gostava de fazer uma colheita igual à que fez alguém sorrir outra vez... ya.
Great post este aqui.

 

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